OS RUPESTRES SONOROS DO MAWACA
A VOZ E A PEDRA
Depoimento de Magda Pucci diretora musical do grupo Mawaca www.mawaca.com.br
“Não
apenas a comunicação, mas o próprio pensamento, estão relacionados de forma
absolutamente especial ao som (...) Onde quer que existam seres humanos eles
têm uma linguagem e sempre uma linguagem que existe basicamente para ser falada
e ouvida, no mundo sonoro”
Siertsema 1955
O convite de Marcos Callia para o grupo Mawaca se apresentar no Moitará ocorreu em boahora. O tema Terra Brasilis foi perfeito para o momento do grupo Mawaca num momento em que eu estava trabalhando sobre temas musicais indígenas e estudando Antropologia. Então, ‘conjeturar’ como seria a música nos tempos das cavernas se transformou numa grande viagem que me daria suporte para aprofundar uma pesquisa que vinha sendo feito há anos. E eu me perguntava se o Mawaca², acostumado a trabalhar sobre as sonoridades de diferentes povos do mundo, conseguiria trabalhar sobre uma expressão de que não se tem registro? Que tipo de sons eram feitos nessa época? Como esse homem cantava? Que instrumentos ele tocava? Quais os ritmos? A música era cantada ou falada? Instigada pela possibilidade de imaginar como o homem de um período remoto fazia música, e que música era essa, fiquei me fazendo perguntas e mais perguntas, quase todas, quase impossíveis de serem respondidas. Propus então que a apresentação do Mawaca tivesse como mote as pinturas rupestres brasileiras³ providas de uma riqueza simbólica interessantíssima. Depois de Lévi-Strauss, Saussure e Barthes, surgiram novas perspectivas teóricas na arqueologia. “
A
forma não é o único aspecto a ser estudado, pensa-se em ritmo, combinações de
técnicas, luminosidade, hierarquia entre grafismos, jogos, entre forma e fundo
e até a acústica das cavernas é considerada.”⁴
2
Essa apresentação deu origem a um projeto do grupo Mawaca realizado anos depois
de nome Rupestres Sonoros O canto
dos povos da Floresta registrado em CDhttp://www.mawaca.com.br/albums/cd/cd- rupestressonoros/e DVD. http://www.mawaca.com.br/albums/dvd/dvd-rupestres-sonoros/ Mais informações na pagina do grupo www.mawaca.com.br
3
Foram usadas as pinturas rupestres dos sítios arqueológicos do Pará e Piauí do
livro "Arte Rupestre na Amazônia - Pará",de Edithe Pereira
4
Gaspar, Madu. A Arte rupestre no Brasil Ed. Zahar. São Paulo.
Observação: Ousei transcrever este trecho de um estudo que encontrei, posto que penso que o conhecimento deve-se estender a todos os que acaso queiram aprender e por isso, algo tão curioso como este estudo da comunicação gráfica e sonora chamou a minha atenção e como curiosa que sou resolvi apresentá-lo no meu modesto blog, para brindá-lo àqueles que o acessam e que podem gostar, tanto quanto gostei e por isso resolvi apresentá-lo, para que o apreciem e se embrenhem por novos caminhos... Adelaide Abreu-dos-Santos
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