Corrupção ou pedágio de negócios
escusos!?
Se formos ler atentamente os livros que mencionam o ciclo
dos negócios, não importa se na época das cavernas, feudal, industrial ou
digital, vamos ver que nele está intrínseco o pedágio obrigatório à
concretização dos
mesmos,
pois sem ele não se consegue penetrar nesse mundo, porque as máfias (entenda-se
como máfias, qualquer grupo marginal de poder coercitivo, em qualquer
sociedade, com poder absoluto, para cercear qualquer atividade lícita, pois
cada país possuiu e possui o seu grupo marginal ao qual tem subserviência, usei
o termo máfia, por ter sido cantada e decantada nos livros e nio cinema, mas
poderia chamá-los também de piratas e tantos outros dos quais a literatura já
nos falou. Englobei esses grupos na palavra máfia, para não haver necessidade
de descrever cada um desses grupos, pois que cada um possui suas próprias
características, sendo mais ou menos organizado, consoante sua estrutura, mais
intelectualizado, ou mais vândalo, de qualquer maneira um grupo interventor e
subversor da organização social, quando precisa impor suas regras). Isto posto,
vamos ao que nos levou a esta reflexão, a faculdade de negociar.
Todo o sistema econômico de qualquer nação, precisa de
proteção contra esses vândalos, sequiosos de poder e dinheiro, pois até o país
mais pobre possui um desses grupos em suas entranhas e provavelmente se
subordinará a um ou outro que administrará o intercâmbio comercial entre ele e
outros provedores. Romanticamente podemos chamá-los de piratas, mas vou
chamá-los de abutres, acho que seria uma boa classificação. Sem eles não se
vive, leia sobre os abutres e entenderá sua importância no equilíbrio da
natureza, porém estes aos quais me refiro, são os abutres financeiros, os
piratas de outrora.
Transcreverei uns parágrafos do livro que me fizeram
refletir sobre esse círculo vicioso: (O MESTRE-DE-CERIMÔNIAS DE MORRIS WEST, pg. 227 -
230)
“...
“.... Perguntei a
Hoshino:
“-Como acabou a
reunião em Nara?
“- Com problemas.
Hoshino se mostrava surpreendentemente brusco. – Sem qualquer descortesia ao
nosso amigo Boris, mas parece que nosso dinheiro, o de Domenico e o meu, talvez
não seja a moeda aceitável nesta operação.
“Vannikov deu de
ombros, contrafeito.
“- O que posso
dizer? Estamos aqui em seu clube, com suas mulheres, tomando sua bebida...
“- E no outro lado
– Cubeddu, que se deixava desviar do sexo com a maior facilidade, interveio em
tom ríspido – temos todas as hipocrisias da política. Seu país está quebrado,
meu caro! Mas ainda torcem o nariz para os nossos investimentos. Pense bem.
Cada mulher aqui está ganhando dinheiro, e você ainda se diverte.
“- Está exagerando,
meu amigo – disse Hoshino, suavemente. – Baixe a voz e peça desculpas a Boris.
“Por um momento,
pensei que Cubeddu ia protestar, mas ele se retraiu, murmurou que estava
cansado e um pouco bêbado. Um momento depois, como se estivesse envergonhado de
sua covardia, ele acrescentou:
“- Mas isso não
resolve o problema, não é mesmo? Estamos dentro ou fora? Preciso saber.
“- Não posso
responder – disse Boris Vannikov, com um ar de cansaço. – Eu informo,
recomendo, Moscou decide, e ponto final. Teremos muito mais pessoas em Bangkok.
A situação interna será mais precária e, portanto, possivelmente, mais
favorável a um acordo. É o máximo que posso dizer.
“...
“- E você, homem de
muitas línguas, o que diz?
“- Tem alguma sala
particular aqui?
“- Claro.
“- Então eu digo que
devemos conversar por um momento, sem a presença das mulheres.
“...
“– Gil tem alguma
coisa a nos dizer. Não tenho a menor ideia do que se trata. Ele acha que é
importante. Pode começar, por favor.
“Respirei fundo e
mergulhei na argumentação.
“- É sobre a cor do
dinheiro, senhores. O que é sujo, o que é limpo. O dinheiro das máquinas de pin-ball japonesas é sujo? O dinheiro do
jogo? O dinheiro das mulheres? O dinheiro da coca, como o de Domenico(Cubeddu)?
Algumas pessoas dizem que, se compra comida para os famintos, é limpo de
qualquer maneira. Algumas pessoas dizem que não deve ficar na mesma carteira
com o dinheiro ganho por honestos escriturários e esforçadas balconistas, por
diplomatas como Boris e editores como eu. Mas não é essa a questão. Se o rótulo
em seu dinheiro interromper o fluxo de outros e maiores recursos, levando a
União Soviética a perder amigos no momento de sua maior necessidade, então seu
dinheiro é ruim.
“- Neste caso, pelo
amor de Deus – explodiu Cubeddu -, nós o levamos para casa e investimos em
outros lugares! Pura e simplesmente!
“- Escute o homem,
por favor.
“O tom de Hoshino
era ríspido. Boris Vannikov não disse nada. Seus olhos fixavam-se em meu rosto,
como se tentasse ler mais alguma coisa. Continuei:
“- Os americanos
vêm tentando há meses sabotar o acordo. Foi-lhes vendida a noção de que
representa uma nova versão do antigo eixo Berlim/Tóquio: Alemanha, Rússia e
Japão controlando uma nova federação de repúblicas do Báltico ao mar de Bering.
Carl Leibig plantou a idéia, Tanaka tentou vendê-la ao keiretsu, Marta Boysen codificou-a em termos econômicos modernos. Presto! Os americanos tinham seu bode expiatório
prontinho. Vocês dois entraram em cena... dinheiro da Yakuza, dinheiro das
drogas... e eles têm mais trunfo. Moscou precisa desesperadamente de dólares,
mas não pode se dar ao luxo de alienar outros maiores investidores. Um impasse.
Confira, Boris.
“- Conferido –
respondeu Boris Vannikov, sombriamente. – É uma cela acolchoada. Já a percorri
mais de mil vezes. Não consigo encontrar uma saída.
“- Talvez, apenas
talvez, eu tenha encontrado uma para você.
“- Uma ova que
encontrou! – exclamou Cubeddu.
“- Explique, por
favor – pediu Hoshino.
“- Passei a tarde
conversando com um dos homens que vem comandando a campanha de obstrução dos
Estados Unidos. Convenci-o, podem estar certos, de que o argumento geopolítico
seria contraproducente para ele. Pode até explodir em sua cara, se ficar
comprovado que sua fonte era maculada. Convenci-o também, assim espero, de que
não deve ser visto como alguém que impede o fluxo de ajuda, de qualquer fonte,
para a União Soviética. O que nos levou a debater a questão inicial: dinheiro
sujo? Dinheiro limpo? Ele concordou que se todo o dinheiro entrasse limpo, com
as marcas certas de lavanderia, os controles certos, então os americanos podem
suspender a luta diplomática. Ainda mais se obtiverem o voto soviético no
Conselho de Segurança, como tudo indica que vai acontecer.
“- Tanaka não falou
nada sobre isso hoje. – Hoshino fitava-me como um predador prestes a dar o
bote. – Leibig também não o mencionou.
“- Porque não
discuti o assunto com eles. Estão a par do problema. Ainda não propus esta
solução. Não havia nada a discutir enquanto eu não sondasse o terreno. Não
posso prometer nada a vocês. Minha instrução é para apenas informá-los, abrir
seus olhos para as novas opções.
“- E quais são as
nossas opções neste caso?
“A pergunta partiu
de Cubeddu.
“- O meio mais
rápido e mais fácil de limpar seu dinheiro de investimento é tirá-lo de suas
mãos e colocá-lo num fundo, um antiquado fundo de investimentos, com
administradores respeitáveis, e deixar que o fundo invista neste projeto.
“- O que significa que
perderíamos o controle. – Cubeddu ainda resistia aos estímulos. – Não gostamos
disso. Controlamos os nossos negócios, sempre controlamos, sempre vamos
controlar.
“- Mas esse não é
todo o seu negócio. – Hoshino era suave, persuasivo. – Nem o meu. Para nós, o
importante são as futuras relações com uma nova União das Repúblicas na
Eurásia. Muito do que você chama de controle sobre os nossos recursos dependeria
do relacionamento com os administradores... Eu não rejeitaria a idéia de forma
precipitada. Qual é a sua opinião, Boris?
“- Se vocês se
despojarem do controle visível, ficarão na mesma situação de quaisquer outros
investidores, anônimos e limpos. Isto é desde que não desfilem em Bangkok.
Creio que isso daria a todos nós uma boa possibilidade de sucesso. A identidade
legal e a proveniência dos recursos seriam confirmadas. Por documentos. É isso
mesmo, acho uma excelente idéia.
“...”
O faz de conta, ou a falsidade permeia todos os mega negócios
no mundo, portanto não é de admirar que a maioria inocente se choque com
corrupção, concessão e tantas mutretas, que são parte integrante do mundo dos
negócios, ou dos gananciosos, onde o lucro impera e ninguém tem honra, pois o
deus é o dinheiro e só a ele se venera, quanto mais melhor.
Mirem-se na máfia e aprendam com ela, afinal ela tem
uma vida longa e a sabedoria está em não matar a galinha dos ovos de ouro.
Concluo que existem abutres inteligentes, que apesar de
quererem se alimentar, respeitam o meio ambiente, seja ele o natural, ou o econômico,
pois têm consciência de que se eliminarem tudo o que vêem que lhes parece um
obstáculo, estarão matando a galinha dos ovos de ouro, pois eliminarão fontes
essenciais à sobrevivência, como os recursos hídricos, energéticos e
alimentícios, mas as aves de rapina financeiras de certos países são tão
limitadas e cegas pela ganância, e pela ignorância, que além de sacrificar o
povo com seus desmandos, não percebem que se deixarem o povo crescer
intelectualmente, ele se conscientizará e colaborará com a preservação gerando
riquezas maiores e estabilidade, gerando melhor qualidade de vida. Quando se
tem o povo por parceiro garante-se um futuro equilibrado.
Volto a dizer que quando os gestores são cegos pela ganância
e pela ignorância matam a galinha dos ovos de ouro. O país vive permanentemente
situações econômicas de penúria e quanto ao lucro que tanto almejam se dilui e
escoa por entre os dedos e se constitui no equivalente a uma esmola, se
ajudassem o país e sua população desonerariam a nação e viveriam com melhor
qualidade de vida, sem temer o revertério e em constante clausura, pois o país
pobre é desorganizado, não oferece segurança nem para os ladrões!
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